Esquecimentos Frequentes: Normal ou Sinal de Algo Mais Sério?

Postado em: 04/06/2025

Todos nós já passamos por situações em que esquecemos onde deixamos as chaves, o nome de alguém ou até mesmo o motivo de termos entrado em um cômodo. Esses lapsos de memória, em muitos casos, fazem parte da rotina e não representam nenhum problema de saúde. Mas quando esses Esquecimentos começam a se tornar mais frequentes, atrapalhar tarefas do dia a dia ou gerar desconforto, é importante olhar com mais atenção. 

Esquecimentos Frequentes_ Normal ou Sinal de Algo Mais Sério

Como médica neurologista, essa é uma das queixas mais comuns que recebo no consultório — e também uma das que mais exigem cuidado na escuta e na avaliação.

É natural que, com o passar dos anos, o cérebro passe por mudanças relacionadas à memória e à velocidade do processamento de informações. Esse processo, chamado de declínio cognitivo fisiológico, pode incluir leves esquecimentos que não interferem na autonomia. 

No entanto, há uma linha tênue entre o que é considerado parte do envelhecimento normal e o que pode indicar o início de um quadro neurológico, como o comprometimento cognitivo leve ou mesmo a Doença de Alzheimer. 

Saber diferenciar essas situações é essencial para agir precocemente, favorecendo prevenção e tratamento. 

A seguir, entenda melhor esse assunto e confira exemplos de quando buscar ajuda!

O que é considerado “esquecimento normal”?

Os esquecimentos normais são geralmente esporádicos, acontecem em situações de estresse, cansaço, distração ou sobrecarga de estímulos. 

Esses “Esquecimentos” tendem a não evoluir com o tempo e podem até melhorar com mudanças no estilo de vida, sono de qualidade, alimentação equilibrada e práticas como mindfulness — que ajuda na concentração e atenção plena, reforçando circuitos cerebrais envolvidos na memória.

Quando os esquecimentos podem indicar um problema neurológico?

Já quando os lapsos se tornam frequentes, afetam informações recentes ou comprometem atividades habituais, devemos acender um sinal de alerta. 

Os esquecimentos patológicos têm algumas características distintas:

  • A pessoa repete perguntas, mesmo após ter recebido a resposta.
  • Pode esquecer compromissos importantes, mesmo com lembretes.
  • Pode ter dificuldade em seguir instruções simples ou em se orientar em locais familiares.
  • Em alguns casos, pode haver mudanças de comportamento, como irritabilidade, apatia ou confusão.

Vale lembrar que sintomas como esses também podem começar de formas sutis, menos evidentes

É fundamental procurar um neurologista. O diagnóstico precoce de quadros como o comprometimento cognitivo leve ou as demências — especialmente a doença de Alzheimer — pode permitir intervenções que retardam a progressão.

Outras causas de esquecimentos que merecem investigação

Nem todo esquecimento patológico é sinal de demência. Existem várias condições reversíveis ou controláveis que também afetam a memória, como por exemplo:

  • Distúrbios do sono, especialmente a insônia crônica.
  • Quadros de ansiedade e depressão, que comprometem a atenção.
  • Deficiências nutricionais, como vitamina B12 e ácido fólico.
  • Doenças da tireoide, como hipotireoidi.
  • Efeitos colaterais de medicamentos, como benzodiazepínicos ou antidepressivos.
  • Álcool em excesso ou uso crônico de substâncias.

Por isso, uma avaliação neurológica completa inclui investigação clínica, exames laboratoriais e, quando necessário, exames de imagem ou testes cognitivos para esclarecer o quadro.

A importância do estilo de vida na saúde da memória

É cada vez mais claro, à luz das evidências científicas, que fatores do estilo de vida têm impacto direto sobre a saúde cognitiva

Como médica com certificação em Medicina do Estilo de Vida, oriento meus pacientes a cuidarem da memória de forma ativa, com medidas que incluem:

  • Prática regular de exercícios físicos, que estimulam o fluxo sanguíneo cerebral.
  • Alimentação rica em antioxidantes e ômega-3.
  • Sono de qualidade e rotina de descanso adequada.
  • Redução do estresse, com técnicas de respiração, relaxamento e mindfulness.
  • Estímulo cognitivo, com leitura, estudo, jogos de lógica, conversas e aprendizado contínuo.

Essas ações, quando iniciadas precocemente, têm papel fundamental na proteção dos neurônios e na prevenção do declínio cognitivo. Se você tem percebido situações de esquecimentos frequentes ou tem qualquer dúvida ou insegurança, não deixe de procurar um neurologista para conversar.

Podemos agendar uma consulta para que você conheça meu trabalho e me conte sobre você! Entre em contato para escolher um horário!

Dra. Nancy Huang

Neurologista 

CRM 90846/SP | RQE 23895

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Dra. Nancy Huang
Neurologista
CRM: 90846/SP
RQE: 23895


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