A Doença de Parkinson é uma condição neurológica progressiva que afeta principalmente os movimentos, mas que também traz impactos emocionais e cognitivos. Embora não tenha cura, é possível controlar os sintomas e viver com mais autonomia por muitos anos. O diagnóstico precoce e o acompanhamento especializado são essenciais para preservar a qualidade de vida. Neste artigo, você vai entender como reconhecer os sinais da doença, quais tratamentos estão disponíveis e como o neurologista pode ajudar nesse processo.

O que é a Doença de Parkinson?
O Parkinson é uma doença neurodegenerativa que afeta o sistema nervoso central, especialmente áreas do cérebro responsáveis pelo controle dos movimentos.
Definição e evolução da doença
A doença ocorre pela diminuição progressiva da dopamina, um neurotransmissor essencial para a comunicação entre os neurônios motores. Essa perda acontece de forma lenta, e os sintomas vão surgindo gradualmente ao longo dos anos. O curso da doença varia de pessoa para pessoa, podendo ser leve por muito tempo ou evoluir mais rapidamente, dependendo de diversos fatores.
Como afeta os movimentos e o sistema nervoso
Com menos dopamina, o cérebro perde eficiência na coordenação dos movimentos voluntários. Isso provoca tremores, rigidez muscular, lentidão e dificuldade de equilíbrio. Mas o “Parkinson” também afeta o sistema nervoso autônomo, impactando funções como digestão, sono, controle da pressão arterial e humor, o que amplia a complexidade do tratamento.
Sintomas iniciais do Parkinson – Quando procurar um neurologista?
Muitos dos sinais iniciais do PARKINSON são sutis e podem ser confundidos com o envelhecimento natural ou com outras condições. Saber reconhecê-los faz toda a diferença para iniciar o tratamento o quanto antes.
Tremores, rigidez muscular e lentidão dos movimentos
Os tremores em repouso, geralmente em uma das mãos, são um dos primeiros sinais percebidos. Eles surgem de forma discreta, mas tendem a se intensificar com o tempo. A rigidez muscular pode causar dor, dificuldade para se mover e sensação de “travamento” dos membros. A lentidão dos movimentos, chamada de bradicinesia, torna tarefas simples mais demoradas, como abotoar uma camisa ou escovar os dentes.
Sinais não motores da doença
Além das alterações motoras, o Parkinson pode causar sintomas não motores antes mesmo do diagnóstico. Entre os mais comuns estão:
- Perda do olfato
- Constipação intestinal persistente
- Alterações no sono, como movimentos involuntários à noite
- Ansiedade, depressão e apatia
- Diminuição da expressão facial (face “parada”)
Esses sinais muitas vezes passam despercebidos, mas são importantes pistas clínicas. Se associados a alterações motoras, devem ser investigados por um neurologista.
Opções de tratamento para Parkinson
Embora não exista cura, há diversas formas de tratar os sintomas e melhorar a funcionalidade. O tratamento é individualizado e deve ser acompanhado de perto por um neurologista.
Medicamentos e terapias para controle dos sintomas
O tratamento medicamentoso tem como objetivo restaurar o equilíbrio da dopamina no cérebro. A principal droga utilizada é a levodopa, muitas vezes associada a outras substâncias que potencializam seu efeito e reduzem efeitos colaterais.
Também podem ser prescritos medicamentos que agem diretamente nos receptores de dopamina ou que ajudam no controle de sintomas não motores, como insônia, ansiedade e depressão.
Além dos remédios, terapias complementares têm papel fundamental, como:
- Fisioterapia motora e respiratória
- Fonoaudiologia, para fala e deglutição
- Psicoterapia e suporte emocional
Cirurgia e estimulação cerebral profunda (DBS)
Em casos mais avançados, quando os medicamentos deixam de controlar bem os sintomas ou causam efeitos colaterais intensos, pode ser indicada a estimulação cerebral profunda (DBS).
Esse procedimento cirúrgico consiste na implantação de eletrodos em áreas específicas do cérebro, conectados a um gerador semelhante a um marca-passo. Ele ajuda a modular os sinais elétricos cerebrais, reduzindo tremores e melhorando a mobilidade.
Qualidade de vida e Parkinson
O tratamento vai muito além da medicação. Manter um estilo de vida saudável é essencial para retardar a progressão da doença e preservar a autonomia do paciente.
Exercícios físicos e fisioterapia para retardar a progressão
Movimentar-se é um dos pilares no cuidado com o Parkinson. A atividade física regular ajuda a manter a força muscular, a flexibilidade, o equilíbrio e o humor. Caminhadas, dança, hidroginástica e treinos específicos orientados por fisioterapeutas neurológicos podem ser adaptados a cada estágio da doença. A fisioterapia também é essencial para prevenir quedas e preservar a marcha e a postura.
O papel da alimentação na saúde neurológica
Uma alimentação equilibrada contribui para o bem-estar geral e pode auxiliar no controle de sintomas como constipação e fadiga. Dietas ricas em vegetais, frutas, grãos integrais e gorduras saudáveis, como o ômega-3, têm efeito anti-inflamatório e neuroprotetor.
O neurologista pode orientar ajustes dietéticos específicos, inclusive em relação ao uso da levodopa, que pode ter sua absorção influenciada por refeições ricas em proteínas. O apoio de um nutricionista pode ser indicado em muitos casos.
Vamos conversar?
A Doença de Parkinson é desafiadora, mas com o diagnóstico precoce, acompanhamento especializado e uma abordagem multidisciplinar, é possível manter a funcionalidade e viver com qualidade. O cuidado deve ser contínuo, adaptado à evolução da doença e sempre centrado nas necessidades do paciente.
A Dra. Nancy Huang, médica neurologista com formação pela FMUSP e certificações em Medicina do Estilo de Vida e Mindfulness, oferece um atendimento completo, humano e individualizado para pacientes com Doença de Parkinson.